The Deer God – Análise A3G (Nintendo Switch)

The Deer God – Review completo deste game indie, disponível desenvolvido pela Crescente Moon Games.

Este é um daqueles games que causa uma boa impressão quando assistimos ao trailer, The Deer God tem um visual bonito que imita pixel arte com efeitos de paralax e uma história cativante capaz de encantar o jogador, principalmente se ele for vegetariano, defensor da natureza e dos direitos dos animais.

A Crescent Moon Games, um estúdio australiano, nos forneceu uma key do jogo na versão de Nintendo Switch para fazermos um review e darmos o feedback da nossa experiência aos desenvolvedores do game, como já fizemos com Morphite, Joguei bastante, mas não cheguei ao final, quem ler tudo vai entender o porquê.

No enredo do game, começamos no papel de um caçador que após sua morte, reencarna em um cervo, como que para livrar-se do seu carma ruim por ter matado muitos animais em sua outra vida.

O nome faz um trocadilho com a expressão em inglês “Dear God!” que é usada como a expressão “Deus do céu!”, quando nos deparamos com algo surpreendente, nos assustamos ou em outras situações desse tipo.

Nessa nova vida, o ex-caçador enfrenta os perigos da selva, predadores e humanos para se redimir de seu passado. O jogo tem uma interessante maneira de avaliar suas ações, que podem te guiar para dois caminhos o da Luz ou da Escuridão (Dark ou Light). De acordo com os inimigos que você escolhe derrotar, ou dependendo do que você fizer com os outros animais em sua jornada, o jogador vai coletando dois tipos de aura, azul ou vermelha, que concedem pontos de experiência.

No início do jogo, nosso personagem é um cervo bebê, a medida que vai coletando almas, se torna um cervo adulto e a cada vez que morre, perde as almas e retorna ao seu estado inicial. Apesar da história bonitinha, não se trata de um jogo fácil, isso pode frustrar algumas pessoas.

O visual é muito bonito! O trabalho de arte do jogo é excepcional! Logo que vi o trailer pela primeira vez, isso chamou muito a minha atenção. Apesar de parecer pixel art, na verdade não é, trata-se de um jogo com gráficos 3D, porem, com uso de efeitos em paralax e um estilo de polígonos quadriculados  que o fazem ser uma espécie de pixel art 3D.

A maior parte da dificuldade está na forma de cervo jovem, é bem difícil evoluir até um adulto e quando morremos, lá vamos nós passar por tudo aquilo de novo. Sua mecânica lembra um pouco Dark Souls, devido a esse lance de coletar almas e de corremos sempre o risco de perder tudo.

Em certos pontos, onde há uma estátua do deus cervo, o jogo salva, ou quando concluímos algum objetivo específico. Se não chegarmos nestes checkpoints, o jogo vai se repetindo continuamente mesmo que você ande sempre para a direita, isso é bem chato.

Mas este não é o principal problema do game. The Deer God foi lançado para várias plataformas, o game está disponível para Android, iOS, PS4, Xbox One, PS VIta, Nintendo Switch (versão que usamos para fazer o review) e até para Wii U.

Isso por um lado é bom, pois faz com que o jogo se torne acessível a um público maior, porém, fazer com que um mesmo game seja compatível com tantas plataformas assim gera um grande risco de que o jogo apresente bugs em algumas delas.

E é exatamente isso que complicou a nossa experiência na versão de Nintendo Switch. Os Bugs que o jogo apresenta são críticos. Em alguns momentos a ficamos presos sem saída, em outros a tela seguinte não carrega e ficamos presos em um loop sem ter para onde ir.

Não há uma curva de aprendizagem eficiente, o game não vai se tornando mais difícil progressivamente (não em um mesmo cenário pelo menos), algo bem comum em jogos procedurais como é o caso.

Para quem não sabe o que é um game procedural, significa que ele vai se formando a medida que o jogador avança. Não há um game design planejado cuidadosamente ou coisa do tipo, o cenário vai sendo gerado de maneira aleatória e nem sempre isso da certo.

Exemplos: Em um ponto do jogo, um cervo idoso quer “testar nossa fé”. Ele pede para darmos um salto dramático em uma cachoeira em troca de uma nova habilidade e logo depois disso… Como assim? Cadê a cachoeira? A cachoeira não carregou! Foi preciso continuar andando até que, em um determinado momento, o jogo voltou, ele apareceu de novo e a cachoeira carregou do jeito certo. E por mais de uma vez, aconteceu também de encontrar um obstáculo que não dava pra pular, impedindo de prosseguir e quando você não tem o item que te faz ir mais alto, o jogo fica travado.

Quando fiquei sabendo que o jogo seria procedural e que seria lançado para diversas plataformas, fiquei desconfiado de que algo assim fosse acontecer. Não sei se estes problemas ocorrem também nas outras plataformas, mas no Nintendo Switch, o jogo com certeza vai precisar de alguns pacotes de correção.

Pesquisei na internet e vi que outras pessoas também relatarem problemas semelhantes. Pensei que poderia ter sido uma versão beta que me mandaram ou coisa do tipo, mas pelo visto não. O jogo é bugado mesmo! Em um caso que eu li, o jogo corrompeu no último chefe, imagina a situação! Eu nem cheguei a avançar tanto assim, não vou nem me dar ao trabalho de zerar.

Mas sinceramente, eu torço para que estes problemas sejam resolvidos, porque fora isso, o jogo tem potencial. A história é legal, a jogabilidade é boa quando tudo dá certo e o visual é encantador. Eu realmente acho o estilo desse muito bonito, apesar de sua simplicidade.

Tomara que a Crescent Moon Games corrija estes problemas na versão de Nintendo Switch e nas outras, caso existam, mas por enquanto, não vou jogar mais. Que pena! Eu bem que queria ver o final do game.