As Panteras

Nova adaptação cinematográfica da série policial Charlie’s Angels, sucesso na década de 1970. Sabina Wilson (Kristen Stewart), Jane Kano (Ella Balinska) e Elena Houghlin (Naomi Scott) embarcam numa perigosa missão global, a fim de impedir que um novo programa de energia se torne uma ameaça para humanidade. O filme é dirigido e roteirizado Elizabeth Banks (que também está no filme intepretando “Bosley Boz” ).

O filme não sai muito da temática já conhecida, a voz de Charlie saindo de uma caixa antiquada e ultrapassada e três mulheres lutando e salvando o dia, dessa vez com uma fórmula que alguns diriam melhorada. A presença de Helena, cientista engenheira do projeto Calisto que, sem treinamento algum, cai de paraquedas no meio da trama. Sabina, agente que não segue qualquer padrão, principalmente se o padrão são as regras, se torna o alívio cômico do filme. Por fim Jane, ex-agente do MI6 que saiu da agência do governo e foi recrutada para as panteras, obviamente a certinha da trama.

É aquilo, uma trama já conhecida, amada e que não falha. Novos personagens, novos vilões e uma agência renovada com novas lideranças. Sim, este filme é continuação direta do Universo das Panteras.

Já é óbvio também que o filme segue a pegada da representatividade feminina iniciada em 1970, seguindo a antiga lógica de trazer o mundo dos espiões tão estereotipado como masculino para o universo feminino. Mas não se engane, as armas são exatamente as mesmas, alterando apenas o estilo de luta e os trajes que, diga-se de passagem, são simplesmente fenomenais (Colete a prova de balas? Querido, nós temos croppeds com cristais que fazem esse trabalho de uma forma muito mais eficiente).

De qualquer forma, seguindo para o roteiro, temos pouca construção e desenvolvimento. É um filme voltado para a ação e comédia com classificação para 14 anos, simples assim. Seu trabalho é desenvolver uma amizade entre as três panteras que não se conheciam e fazer com que consigam mostrar o quão fortes são juntas e existe química nessa amizade que funciona muito bem neste tipo de filme. Como as panteras lidam com tudo? Com lutas. Elas recebem ordens de alguém superior a elas (Bosley) e cumprem as ordens, simples assim. Lutam, compartilham as emoções das missões e ali surge uma amizade, seja pela adrenalina ou simplesmente por estarem juntas em momentos perigosos como se espera das missões. Um grande acerto da diretora.

Se existe uma expressão para este filme, com certeza seria ” Girl power “, existem muitos comentários que zombam do machismo com personagens totalmente escrachados propositalmente enquanto as panteras fazem o que fazerm de melhor, descem porrada em macho escroto.

O filme erra em apresentar um filme com um roteiro raso e totalmente previsivel, não espere muito nas reviravoltas, elas não acontecem como deveriam acontecer. Erram nas cenas de ação, onde a direção prefere realizar inumeros jogos de cameras para evitar mostrar o desenvolvimento das cenas, porem mesmo assim são divertidas e funcionam.

O que segura o filme são As Panteras, que nos permite aquela sensação de nostalgia que temos com os antigos filmes/série e nisso o filme não peca sequer minimamente.

As Panteras é um filme muito bem vindo em um cenário em que Hollywood investe mais nas franquias já existentes e menos em inovações. Possui uma trilha sonora simplesmente maravilhosa (sério, ouçam a playlist das músicas, tem no Spotify), uma história que vai te prender, se não pela curiosidade, pela simples diversão, e mais do mesmo que todo bom fã da franquia vai adorar. Dentro do que o filme deseja apresentar, ele funciona e encare ele como um filme das Panteras. Acredito que com isso em mente, a experiencia valerá o ingresso.

Obs: Essa crítica foi feita em parceria com Isabela Cristina, advogada no mundo capitalista e uma nerd girl power de mão cheia. https://twitter.com/bell_a_solis